Com análises bem-humoradas de looks, referências extremamente criativas e apresentação de ensaios fotográficos, Gabb (@tictoxica) conquistou o público do TikTok e hoje é uma das referências da comunidade fashion da plataforma. Se expressando através da moda, seu assunto favorito na vida, Gabb conta com mais de 217 mil seguidores e mais de 8,8 milhões de curtidas em seu perfil, que combina de um jeito único temas como looks, humor e sociologia. Neste mês de janeiro, esta verdadeira movie star – como se define - é o destaque do Lugar de Falas.

Conte-nos um pouco sobre sua história de vida e trajetória na internet. Quando e por que você começou a gravar conteúdo para o TikTok?
Eu nasci em São Paulo, fui criado em Minas Gerais, e fiquei direita no Rio de Janeiro. Sou formada em ciências sociais pela UFJF e antes de gravar conteúdo trabalhava como relações públicas de eventos entre o Rio e São Paulo. Eu sempre me diverti muito gravando vídeos, desde outras plataformas. Então eu cheguei aqui quando tudo era mato (risos), e comecei no TikTok durante a pandemia por insistência da minha agência - hoje, eu não consigo viver sem.

Em que momento você percebeu que tinha se tornado criadora? O que isso significou para você?
Eu acho que criar conteúdo é como amadurecer, você vai entendendo quem é você na internet. Acho que a partir do momento que eu entendi que poderia começar diálogos, foi o momento que me entendi como criador e qual seria minha premissa por aqui.

Você considera o TikTok um lugar acolhedor para produzir conteúdo? A comunidade do TikTok te auxilia no seu trabalho?
Eu considero o TikTok muito democrático, porque muitas pessoas surgem por aqui. É como se fosse um grande celeiro de diversos talentos peculiares. É como se fosse um grande fórum em forma de vídeos rápidos, então eu acho que para quem é genuinamente criativo é acolhedor, sim. Eu aprendo muito com a aleatoriedade a que eu sou exposta na plataforma, com certeza molda muito do conteúdo que eu tenho a oferecer e isso me ajuda com muitas referências, fora da caixa.

React de looks, curiosidades sobre moda, ensaios... Quais vídeos você mais gosta de gravar?
Ah! Com certeza o react de looks! Eu bato na perna, eu me inclino pra trás... eu realmente me divirto muito escrevendo o texto e pesquisado as referências para ver se elas fazem sentido. Eu me sinto numa grande oficina onde eu posso usar tudo para ilustrar o que passou pela minha cabeça com aqueles looks.

Seu conteúdo vai muito para o lado da comédia e do deboche, quais suas inspirações nestas áreas?
Minha maior inspiração sem dúvida nenhuma é a saudosa Joan Rivers, criadora do Fashion Police... Uma mulher que sobreviveu na comédia desde os anos 70 e se reinventou na moda a partir dos anos 90. Muito do meu humor é moldado em cima do humor dela, as comparações, as fics, as gírias, as intrigas da vida pessoal que se misturam nas análises. São muitas camadas. Eu também AMO a Fran Lebowitz, que é uma escritora e humorista americana que sempre tem um ponto de vista diferente e sempre faz a gente pensar “de onde ela tirou isso?”. E claro, os ícones brasileiros da TV dos anos 2000. Clodovil, Elke, a primeira formação inteira do Saia Justa, MTV...

Cite um look a que você reagiu que te marcou positivamente, e outro que não tenha curtido tanto assim.
Uma vez encontrei a Taís Araújo no aeroporto e ela veio falar que amou que eu fiz comentários certeiros sobre ela não saber posar com vestido de festa, e ela me deu super razão, risos. E juro, foi um comentário que eu escrevi só porque o texto sobre ela estava pequeno e eu tinha que encher linguiça porque não tinha o que falar sobre, e mesmo assim aluguei um triplex na cabeça dela positivamente. Então, foi um marco para mim, ainda mais que ela estava usando um lindo colete em conjunto com uma calça de alfaiataria na ocasião.

Eu já fiz alguns comentários que depois entendi que eram de mau gosto, tive pessoas que tiveram a generosidade de me mostrar e eu imediatamente tirei o vídeo do ar, porque meu objetivo é fazer as pessoas rirem das roupas e não do físico de ninguém, porque isso não tem graça nenhuma.

O que a amplificação da sua voz e o impacto do seu conteúdo, por meio da plataforma, significam para a sua vida? Como se sente sendo uma importante voz na comunidade fashion da plataforma?
Com certeza é um divisor de águas na minha vida, porque opinião sobre tudo eu sempre tive, mas poucas vezes fui ouvida e compreendida. Sempre achei que eu era peculiar demais para ter um grupo, quem diria uma comunidade? E sobre a moda, foi algo que eu acho que aconteceu no tempo certo, porque esse tipo de conteúdo que eu crio, que sempre foi um PILAR da moda, estava muito em falta.

Como você tem usado a plataforma para se expressar de forma autêntica?
Eu gosto de costurar bem os assuntos, então gosto de entrar em outros assuntos usando do elemento da moda para iniciar essas conversas. Tipo quando eu relacionei o bagre africano, a palmeira imperial e o conteúdo de moda sob a perspectiva da internacionalização do conteúdo.

Quais criadores te inspiram no TikTok?
Eu gosto muito da @verenafigueiredo, @blondevenus e da @rebecapfau.

Qual o seu sonho de vida criando conteúdo no TikTok?
Ter o meu programa. Ambulância Fashion, um Fashion Police brasileiro.

Qual o vídeo que você gravou que você mais gosta e sente orgulho?
Acho que o vídeo que eu mais gosto é o da análise do desfile da Balenciaga, com a Kim Kardashian usando uma bolsa de sacola do Santa Luzia. Acho que o vídeo de maior orgulho é o defendendo a Paola Oliveira, porque eu pude retribuir as mulheres com meus comentários.

Quais foram os momentos mais gratificantes ou de celebração em sua jornada no TikTok?
Com certeza apresentar o Pink Carpet do TikTok Awards foi ICONIC!