Por Fernando Gallo, Diretor de Políticas Públicas do TikTok no Brasil
A missão do TikTok é inspirar criatividade e trazer alegria e sabemos que para que nossa comunidade possa criar de forma autêntica, ela precisa se sentir segura. Com isso, sempre trabalhamos buscando desenvolver proativamente ferramentas e recursos pensando na segurança e privacidade no TikTok. Em eventos cívicos, como as eleições, isso é ainda mais importante.
Apesar de política e notícias ocuparem apenas uma pequena porcentagem do conteúdo no TikTok, reconhecemos que estes temas podem ter um impacto maior em períodos como eleições. Levamos extremamente a sério nossa responsabilidade em proteger a integridade da nossa plataforma, não aceitamos anúncios políticos pagos e fornecemos informações confiáveis para nossa comunidade.
Durante todo o ano de 2022, trabalhamos para proteger a integridade de eleições ao redor do mundo. Ampliamos nossos esforços globalmente através da expansão de parcerias com agências de checagem de fatos, desenvolvimento de produtos para trazer informações confiáveis para nossa comunidade, e políticas para endereçar ataques ao sistema eleitoral e melhorar nossas capacidades de revisão e aplicação de políticas. E isso não foi diferente no Brasil.
Em parceria com o Tribunal Superior Eleitoral, desenvolvemos o Guia de Eleições 2022, que trouxe informações de fontes confiáveis para nossa comunidade, além de vídeos de educação midiática. Essa página exclusiva no aplicativo foi acessada 6.862.792 vezes, entre fevereiro e novembro de 2022.
"O TikTok tem sido um importante parceiro do programa de enfrentamento à desinformação da justiça eleitoral. Ao longo dos últimos meses desenvolvemos inúmeras ações de educação midiática e capacitação, dois importantes eixos do programa. Vale destacar a página especial sobre eleições com conteúdo exclusivo e o apoio para as transmissões online que realizamos na plataforma, o que proporcionou um alcance de quase 1 milhão de visualizações durante as 10 horas de transmissão durante o segundo turno das eleições de 2022. Também não podemos deixar de registrar todo apoio na retirada de conteúdo desinformativo que circulava na plataforma", afirma o Tribunal Superior Eleitoral.
Mais contexto para a nossa comunidade
Como parte dos nossos esforços para dar mais contexto para nossa comunidade, lançamos alguns recursos para as eleições no Brasil. O primeiro foi um aviso pedindo para que os usuários refletissem antes de compartilhar algum conteúdo com informação não verificada sobre as eleições. Isso resultou em uma redução de 25% no compartilhamento desses conteúdos nas semanas antes e após o dia da votação.
Também lançamos uma ferramenta para que as pessoas pudessem filtrar palavras ou hashtags que elas não gostariam de ver nas páginas Para Você e Seguindo, ou ainda escolhessem não ver conteúdo relacionado a eleição. Tomamos essa decisão para que nossa comunidade pudesse personalizar ainda mais as preferências de visualização e ter uma experiência divertida. Nas duas semanas antes do dia da votação, as pessoas optaram por não ver mais conteúdo eleitoral 150 mil vezes.
Para dar ainda mais contexto às pessoas sobre o conteúdo que estavam vendo relacionado a eleições, etiquetamos 1.516.905 videos, sendo que essas etiquetas foram clicadas 16.983.800 vezes. Nas semanas que antecederam os dias de votação, também aplicamos etiquetas a respeito do pleito em transmissões ao vivo, impactando mais de 40 milhões de pessoas.
Implementamos avisos em diversas hashtags relacionadas ao tema como uma forma de lembrar as pessoas sobre a importância de seguir nossas Diretrizes da Comunidade, relatar conteúdo que acreditem violar nossas políticas, e verificar a veracidade da informação utilizando recursos confiáveis como o site do TSE. Esses avisos foram acessados 1.798.980 vezes.
Fechamos parcerias para trazer ainda mais conteúdo informativo para a nossa comunidade. A Agência Lupa, produziu uma série de vídeos em seu perfil no TikTok para ajudar as pessoas a refletirem sobre o processo eleitoral. Com a Associação de Jornalismo Digital (Ajor) e o Instituto Palavra Aberta fizemos uma página especial da campanha #FakeToFora que esteve disponível no aplicativo para ajudar a conscientizar a nossa comunidade sobre o conteúdo que visualiza e compartilha durante o processo eleitoral. Além disso, apoiamos ainda uma série de vídeos educacionais sobre a urna eletrônica, criada pelo JOTA, com o apoio institucional do TSE.
Remoção de conteúdo
Nosso time de especialistas em segurança trabalhou continuamente para detectar e interromper a disseminação de desinformação relacionada a eleição e outros conteúdos que violavam nossas Diretrizes da Comunidade. Deixamos claro em nossas políticas que removemos desinformação danosa que possa prejudicar processos cívicos. Durante o período eleitoral e também após a troca de governo, nos preparamos para uma série de cenários, como desinformação eleitoral danosa, compartilhamento de teorias da conspiração e ameaças de violência.
Como o cenário no Brasil era único, também atuamos para remover conteúdo falso afirmando que não seria possível verificar, validar ou aceitar o resultado da eleição. Nossa preparação nos permitiu atuar de forma rápida para endereçar conteúdo danoso de maneira adequada no país. Entre 16 de agosto e 31 de dezembro, removemos 66.020 videos que foram identificados como violativos de nossa política de desinformação sobre eleições, dos quais 91,1% foram detectados proativamente, e 79% foram removidos sem que tivessem uma única visualização.
Entre os dias 8 e 15 de janeiro, nós removemos 1.304 vídeos que violavam nossa política de extremismo violento (que engloba também ameaças e incitação à violência, bem como a promoção do terrorismo). No mesmo período, removemos 5.519 vídeos por transgredirem nossa política de desinformação com riscos de danos no mundo real e 3.614 vídeos por violação da nossa política de desinformação sobre eleição.
Por meio do canal exclusivo que tinhamos para receber do TSE extrajudicialmente conteúdos que eventualmente violassem nossas políticas, entre 15 de fevereiro e 31 de dezembro recebemos do tribunal para análise 128 links, dos quais removemos 106, um total de 82,8%. Ressaltamos que se trata de uma média de menos de 12 por mês.
Ainda trabalhamos para cumprir todas as ordens judiciais que recebemos e, até o dia 31 de dezembro, o TikTok cumpriu 90 ordens judiciais recebidas, que determinaram a remoção de 222 links no total. Foram 52 ordens do TSE, determinando a remoção de 182 URLs, e 38 dos tribunais regionais eleitorais, determinando a exclusão de 40 URLs. Em relação aos eventos de 8 de janeiro, recebemos duas ordens judiciais, do Supremo Tribunal Federal, determinando a remoção de 5 links.
O que aprendemos
- Garantir a integridade de uma eleição exige aplicação das nossas políticas globais e Diretrizes da Comunidade, ao mesmo tempo em que buscamos endereçar os riscos e contextos únicos de cada eleição. A colaboração com o TSE, com agências de checagem de fato locais, sociedade civil e especialistas em eleições baseados no Brasil exige um engajamento frequente e desde cedo, mas aumenta nossa habilidade em identificar e remover conteúdo danoso no período eleitoral.
- O lançamento de ferramentas para os usuários, como o Guia Eleições, avisos em hashtags, etiquetas e avisos antes de compartilhar conteúdo, contribuiu para que o TikTok conseguisse atingir os objetivos de dar mais contexto e direcionar os usuários para conteúdos de fontes confiáveis.
- Acreditamos que capacitar os usuários para decidir sobre conteúdo relacionado a eleições na página Para Você melhora a experiência no TikTok durante processos cívicos importantes, como eleições.
- Aproveitamos a nossa parceria com agências de checagem de fatos existentes (Estadão Verifica) e ampliamos nossos esforços com outras organizações (Reuters) para revisar e verificar a veracidade de informações relacionadas a eleição. Isso permitiu que o TikTok limitasse a distribuição de conteúdo sem fundamento ou enganoso.
Como podemos melhorar
- Atuar sobre conteúdos enganosos que estão frequentemente evoluindo continuará sendo um desafio. Com base em nossa experiência com eleições ao redor do mundo, vamos seguir investindo em criar sistemas de detecção e moderação avançados para nos ajudar a remover mais rapidamente conteúdo de desinformação eleitoral. Também vamos continuar aprimorando nossos esforços para mitigar conteúdo danoso.
- Em 2023, queremos investir em mais ferramentas para etiquetar conteúdo potencialmente enganoso ou danoso sobre eleições quando ele não for claro ou não puder ser verificado, dar mais visibilidade para informações de fontes confiáveis e expandir nossos esforços de educação midiática.
- Vamos seguir desenvolvendo sistemas de detecção proativa de comportamentos enganosos para manter a integridade da plataforma durante períodos sensíveis.
- Ao mesmo tempo que removemos proativamente um volume substancial de contas que fingiam ser outras pessoas, vamos seguir revisando e ampliando a forma como lidamos com esses casos que podem ser danosos em processos cívicos.
Sabemos que não existe uma linha de chegada quando se trata da segurança dos usuários e de nossa plataforma em períodos como esse e estamos felizes em poder compartilhar o resultado que tivemos e como estamos pensando nossos próximos passos.